O Nissan Versa sempre foi um sedã com grande apelo racional, principalmente por conta de seu espaço interno exemplar. Porém, o visual nunca foi seu ponto forte. Só que desde o lançamento da segunda geração, em meados de 2020, isso ficou no passado.
Agora, o Nissan Versa, quem diria, pode ser considerado uma referência em design. Dono de linhas ousadas e elegantes, ele ganhou mais vincos e faróis e lanternas repletos de recortes.
VEJA MAIS
- Fiat Grand Siena é mais eficiente com GNV, mas passa longe de ser moderno
- Jac T50 Plus custa R$ 110.000 e tem tudo, menos desempenho
- Chevrolet Onix Plus acerta na receita para um bom sedã pequeno
- Inscreva-se no canal do Primeira Marcha no YouTube
Mas será que isso é suficiente para desbancar “figurões” do segmento, como Chevrolet Onix Plus e Volkswagen Virtus? O Primeira Marcha testou a versão topo de linha do modelo, Exclusive, de R$ 99.990.
Fogo amigo
Antes de encarar a concorrência externa, o Versa precisa superar o “fogo amigo” do Kicks ainda dentro da concessionária Nissan. O SUV acabou de passar pela primeira renovação visual, e tem o mesmo fator novidade do sedã.
Só que ele custa R$ 20.000 a mais. Ponto para o Versa que ambos são bastante semelhantes na motorização, no padrão de acabamento e até mesmo no desenho da cabine.
Versa e Kicks compartilham motor 1.6 de 114 cv e 15,5 kgfm, além do câmbio automático do tipo CVT. Eles também têm uma lista de equipamentos parecida, com pequena vantagem para o Kicks.
Porém, os principais itens, como frenagem automática de emergência, alerta de ponto cego, de tráfego cruzado, ar-condicionado digital, quadro de instrumentos parcialmente digital, bancos de couro, acesso por chave presencial, partida por botão e central multimídia com conexões Android Auto e Apple CarPlay são comuns aos dois modelos.
Espaço é bom
O que o Versa oferece além do Kicks é uma posição de dirigir mais baixa, que agrada aos que prezam por uma boa dirigibilidade.
Por ser mais comprido (4,50 m contra 4,31 m), ele também tem porta-malas mais espaçoso. São 482 litros, 50 a mais do que no Kicks. O entre-eixos de 2,62 m é praticamente o mesmo, o que garante bom espaço para as pernas de todos os ocupantes.
Só a largura de 1,74 m é sinônimo de aperto para os ombros quando há 3 adultos no banco traseiro.
Sem turbo
O grande calcanhar de Aquiles do Versa é não oferecer motor turbo em um segmento praticamente tomado por modelos sobrealimentado.
Ainda que seu motor 1.6 faça o possível para não comprometer o desempenho, o Versa não tem a mesma agilidade de Onix Plus e Virtus.
Só que o Versa compensa isso com um bom acerto de suspensão e um entrosamento bacana entre motor e câmbio. O sedã da Nissan é o mais equilibrado desse trio: é mais refinado do que o Onix Plus e mais amigável para os ocupantes do que o Virtus.
O consumo do Versa também agrada. Por ser leve (1.131 kg, quase 100 kg a menos que o Virtus), ele também consegue ser frugal, principalmente na cidade.
Urbano (Etanol) | Rodoviário (E) | Urbano (Gasolina) | Rodoviário (G) | |
Versa | 8 km/l | 11,7 km/l | 10 km/l | 13,9 km/l |
Virtus | 7,8 km/l | 11,2 km/l | 10,2 km/l | 14,6 km/l |
Onix Plus | 8,6 km/l | 12 km/l | 10,9 km/l | 15 km/l |
Vale a pena?
Vale. Ele pode ser mais caro do que o Onix Plus (R$ 93.260), mas tem um conjunto mais interessante, considerando design, dirigibilidade e equipamentos. No espaço interno, empata com o Chevrolet, e perde em desempenho.
A comparação com o Virtus é semelhante. Só que aí o Versa é bem mais barato, já que a Volkswagen pede R$ 106.090 pelo Virtus Highline.
Além de tudo, o Versa ainda se garante dentro da própria Nissan como uma alternativa mais interessante para quem não tem os R$ 120.000 pedidos pelo Kicks