Renault admite: Lego foi inspiração para criar carro híbrido

Engenheiro da empresa criou modelo de transmissão a partir das peças plásticas

André Paixão
19/04/2021
08:15

Renault híbrido com peças de Lego — *Engenheiro da Renault pensou em conjunto híbrido com peças de Lego*

A Renault começou a desenvolver seu sistema de híbrido em 2010, em paralelo à criação do sistema 100% elétrico. O que a empresa admitiu recentemente, é que uma das inspirações foi a Lego.

Isso mesmo, a lendária marca de peças plásticas de montar foi usada pela Renault para criar seu sistema híbrido. A fabricante francesa divulgou alguns detalhes desse processo, que começou com o Nicolas Fremau, especialista em Arquiteturas Híbridas na Renault.

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Na época, as exigências da Renault eram bem claras: o sistema híbrido deveria ser barato, leve, útil para veículos de todos os tamanhos e com autonomia de pelo menos 50 km no modo elétrico.

O problema, porém, era como criar um sistema de embreagem simples o bastante para cuidar da mudança de propulsão entre os motores a combustão e elétrico.

“Quando cheguei em casa e vi meu filho brincando com suas peças de Lego Technic, eu disse a mim mesmo: ‘Olha só! E não é que isso tem a ver com o que quero fazer?”, disse Fremau.

Renault híbrido feito com Lego

O funcionário da Renault, então, foi atrás das peças para montar um esboço do sistema de transmissão. Durante as férias de fim de ano, criou um sistema de 3 velocidades com as peças da Lego. “Depois de mais ou menos 20 horas de ‘trabalho’ sob o olhar de espanto do meu filho, surgiu a maquete”, afirmou.

No retorno ao trabalho, Fremau teria uma das missões mais difíceis: convencer os chefes de engenharia da Renault de que aquela maqueta feita com peças de Lego poderia dar vida a um veículo real.

“No dia em que levei a maquete para o diretor de projeto Gérard Detourbet e o diretor de pesquisa Rémi Bastien, eu não sabia como eles reagiriam. Depois de andar em torno da maquete e tocá-la, eles sentiram que tínhamos um objeto real. Sempre vou me lembrar de Gérard Detourbet dizendo: ‘se podemos fazer isso com peças de Lego, quer dizer que vai funcionar'”.

Assim, com a aprovação da chefia, Fremau recebeu sinal verde para aplicar o sistma em veículos reais com um prazo de 18 meses, considerado curto para a indústria automotiva.