Aos poucos, a história da Ford do Brasil como fabricante vai sendo colocada abaixo – literalmente. Nesta sexta-feira (5), o prédio administrativo da antiga sede da empresa, em São Bernardo do Campo (SP), começou a ser parcialmente desmontado.
VEJA MAIS
- Fim da produção é capítulo mais triste da história centenária da Ford
- Inscreva-se em nosso canal no YouTube
- Avaliação: Honda Accord é alternativa a sedãs alemães
Um pequeno grupo de 5 funcionários de uma empresa terceirizada trabalhavam retirando logotipos, incluindo o tradicional oval azul e o letreiro com a inscrição “Ford Motor Company” que ficavam posicionados ao lado da entrada principal de visitantes, na avenida do Taboão.
Em outra ponta da fábrica da Ford em São Bernardo, a caixa d’água que ostentava o oval azul já recebeu uma camada de tinta branca para cobrir o logotipo.
Conversamos com uma das responsáveis pela operação, que confirmou que a empresa foi contratada pela própria Ford, e que até o final do dia, todos os logotipos daquele prédio seriam retirados e destruídos.
“A ordem é descaracterizar totalmente o local”, disse, sem se identificar.
Até tentamos convencê-la a ceder alguns logotipos em plástico para guardarmos como lembrança, mas a funcionária se mostrou irredutível. Infelizmente ☹.
Aproveitamos a conversa para saber os próximos passos da demolição.
Isso porque, a poucos metros dali, um caminhão de uma outra empresa, especializada na montagem de fachadas de concessionárias – algumas da própria Ford – permanecia estacionado junto à grande torre com emblema da empresa.
A responsável pela equipe informou que até mesmo esse pórtico, que supera os 10 metros de altura, será removido já nos próximos dias.
Fábrica da Ford já estava abandonada
A Ford fechou a fábrica de São Bernardo em outubro de 2019. Meses depois, a Ford confirmou a venda do terreno para a Construtora São José e o fundo imobiliário FRAM Capital. Desde então, tem reduzido suas atividades no local. A parte administrativa será transferida para São Paulo.
Nas últimas semanas, o ar de abandono tomou conta da antiga fábrica. Nem os seguranças que costumavam ficar nas guaritas eram mais vistos, na mesma medida que o mato alto começava a crescer junto às guias.